AULA UM – PRODUÇÃO TEXTUAL  – 3º BIM


A carta como gênero textual

carta ou correspondência está entre os gêneros textuais mais aplicados na comunicação do cotidiano.

A principal característica desse gênero é a existência de um emissor (remetente) e um receptor (destinatário).

Com a tecnologia, a carta passou por um processo de adaptação na forma de transmissão que deixou de ocorrer somente em papel e assumiu o meio eletrônico.

Na atualidade, a forma de transmissão mais utilizada para a carta é o e-mail (electronic-mail - ou correio eletrônico, na tradução para o português).

Há três tipos básicos de carta, independente da maneira como será transmitida: a correspondência oficial, a correspondência comercial e a correspondência pessoal.


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As cartas pessoais não seguem um modelo pronto. Nelas, o texto reflete as intenções do remente ao destinatário. Ainda assim, a coerência textual é recomendável como forma de clareza à mensagem enviada.

Quando enviadas pelo correio físico  em papel – esse tipo de carta exibe no topo a data em que foi escrita e uma saudação inicial ("Prezado amigo", ou "Sr. gerente...). Ao término, pula-se uma linha e escreve-se uma saudação final ("Atenciosamente", ou "Sem mais", ou "No aguardo de retorno"), seguida da assinatura do emissor. Essa forma de comunicação, porém, é pouco utilizada atualmente, pois exige ir a uma agência dos Correios para selar a carta e realizar o envio, com demora de um a três dias para chegar ao endereço do destinatário.

Enviada por e-mail, a carta pessoal já traz no topo a data em detalhes, inclusive o horário de envio. E o corpo do texto é inserido no espaço padrão do programa onde é escrito. Os programas também facilitam o armazenamento da mensagem.

A linguagem utilizada busca se aproximar da forma falada, com muitas pontuações que sugerem reproduzir a inflexão de voz do emissor.

Exemplo de Carta Pessoal

São Paulo, 18 de agosto de 1929.

Carlos [Drummond de Andrade],

Achei graça e gozei com o seu entusiasmo pela candidatura Getúlio Vargas – João Pessoa. É. Mas veja como estamos... trocados. Esse entusiasmo devia ser meu e sou eu que conservo o ceticismo que deveria ser de você. (...). Eu... eu contemplo numa torcida apenas simpática a candidatura Getúlio Vargas, que antes desejara tanto. Mas pra mim, presentemente, essa candidatura (única aceitável, está claro) fica manchada por essas pazes fragílimas de governistas mineiros, gaúchos, paraibanos (...), com democráticos paulistas (que pararam de atacar o Bernardes) e oposicionistas cariocas e gaúchos. Tudo isso não me entristece. Continuo reconhecendo a existência de males necessários, porém me afasta do meu país e da candidatura Getúlio Vargas. Repito: única aceitável.

Mário [de Andrade] Renato Lemos. Bem traçadas linhas: a história do Brasil em cartas pessoais. Rio de Janeiro: Bom Texto, 2004, p. 305 (Enem - 2007)



Além do texto dissertativo-argumentativo, a carta argumentativa, embora menos usual, também pode ser exigida em exames para ingresso em universidades ou concursos públicos.

A principal diferença entre os dois modelos de gênero textual está no fato de que o texto dissertativo-argumentativo é dirigido a um receptor universal, enquanto a carta argumentativa é destinada a um receptor específico. Ambos têm como objetivo a persuasão.

A carta argumentativa é composta pela saudação inicial, introdução, desenvolvimento, conclusão e despedida.



As cartas do leitor são enviadas, em geral, para jornais e revistas como maneira de conferir apoio ou demonstrar insatisfação com o material veiculado, seja ele informativo ou publicitário.

Não existe um modelo específico para as cartas de leitores e há veículos que publicam trechos ou a íntegra, conforme a repercussão do assunto.

Com o aumento da leitura pela Internet, jornais e revistas eletrônicas direcionam espaço específico no projeto gráfico para comportar as cartas do leitor.

Alguns, contudo, informam a moderação, que consiste na publicação de material que não ofenda a coletividade, como palavras de baixo calão e ataques a grupos ou pessoas específicas.



A carta aberta está entre os principais instrumentos de participação política. É uma maneira de demonstrar de forma clara um problema, assunto ou tema de interesse coletivo.

Como gênero textual, obedece os critérios do texto argumentativo, mas tem caráter mais amplo que a carta argumentativa porque é destinada à coletividade.

O remetente também não é individual, podendo ser um grupo de pessoas, representantes, sindicatos ou associações.

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