AULA TRÊS - LITERATURA - ROSA DE HIROXIMA
LITERATURA – AULA TRÊS – 3º BIMESTRE
ROSA DE HIROXIMA
(Vinícius de Moraes)
A Rosa de
Hiroxima é um poema escrito pelo poeta, cantor e compositor Vinicius de Moraes. O
poema recebeu esse nome como um protesto sobre as explosões de bombas atômicas
ocorridas na cidade de Hiroxima e Nagasaki, no Japão, durante a Segunda Guerra
Mundial.
Criado em 1946, o
poema foi primeiro publicado no livro Antologia Poética. Mais tarde, em 1973,
os versos foram musicados e ganharam corpo na voz do grupo Secos e Molhados.
Conheça abaixo o
poema completo, o significado dos versos e os detalhes sobre a publicação.
A
Rosa de Hiroxima
Pensem nas
crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas
meninas
Cegas inexatas
Pensem nas
mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas
feridas
Como rosas
cálidas
Mas oh não se
esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de
Hiroxima
A rosa
hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e
inválida
A rosa com
cirrose
A antirrosa
atômica
Sem cor sem
perfume
Sem rosa sem nada
UM POUCO DE HISTÓRIA
O lançamento das bombas atômicas sobre
Hiroshima e Nagasaki foi a forma utilizada pelos Estados Unidos para forçar a
rendição japonesa no contexto da Segunda Guerra.
Nos dias 6 e 9
de agosto de 1945, os Estados Unidos utilizaram, pela primeira vez na história
da humanidade, bombas atômicas. Elas
foram lançadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. O objetivo
desse ato era forçar o Japão a se render e evitar uma provável invasão desse
país, o que resultaria em milhares de soldados aliados mortos.
Início da
Guerra na Ásia
O conflito entre Japão e Estados Unidos
durante a Segunda Guerra Mundial iniciou-se
após o ataque japonês à base naval estadunidense de Pearl Harbor, em
7 de dezembro de 1941. O ataque japonês forçou uma declaração de guerra dos
Estados Unidos contra o Japão. O interesse do Japão era afastar definitivamente
a presença americana do continente asiático (os EUA possuíam bases militares
nas Filipinas).
A princípio, o
Japão foi vitorioso em suas ações e conseguiu conquistar inúmeros territórios,
derrotando as desorganizadas forças americanas, inglesas e francesas em várias
partes da Ásia: Filipinas, Malásia, Cingapura, Hong Kong, Birmânia, Índias
Orientais Holandesas etc. Todavia, as vitórias japonesas logo se transformaram
em derrotas.
A virada
americana no conflito iniciou-se após a Batalha de Midway, na qual a Marinha
Imperial Japonesa foi danificada de maneira irreversível. Com isso, o Japão
passou a acumular derrotas, que pouco a pouco encurralaram o país. Em 1945, o
Japão era um país que estava falido pela guerra (a fome era um grande problema
para os civis) e a derrota era iminente.
À medida que a
derrota japonesa tornava-se evidente, os Estados Unidos juntamente aos Aliados
(aliança formada por Inglaterra, França, EUA e, mais tardiamente, URSS)
passaram a planejar a invasão do território japonês. Entretanto, as
dificuldades impostas pela resistência japonesa indicavam que uma eventual
invasão resultaria na morte de milhares de soldados americanos.
Assim, na Conferência de Potsdam, os
Estados Unidos apresentaram a arma que havia sido desenvolvida durante o Projeto Manhattan e
também a ideia de utilizá-la no conflito contra os japoneses. A Conferência de
Potsdam foi realizada em Berlim, em julho e agosto de 1945, e impôs as
condições para a Alemanha ocupada no fim do conflito na Europa. Nessa
conferência, também foram emitidos os termos da rendição japonesa, conhecidos
como Declaração de
Potsdam.
O Projeto
Manhattan teve início em 1939, quando o presidente americano, Franklin Roosevelt,recebeu uma
carta assinada por Albert Einstein alertando
os Estados Unidos sobre um possível projeto alemão de construção de armas
atômicas. A partir daí, os Estados Unidos, em mobilização com o Reino Unido e o
Canadá, empregaram milhares de colaboradores para o desenvolvimento das bombas
atômicas.
Lançamento das
bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki
Com a negativa
japonesa em se render, os americanos optaram por utilizar a bomba atômica na
cidade japonesa de Hiroshima.
O ataque aconteceu no dia 6 de agosto de 1945 e foi realizado de um bombardeiro
B-29 chamado Enola Gay.
O avião era pilotado por Paul Tibbets, que
escolheu a ponte Aioi como alvo central.
A bomba explodiu a
mais ou menos 580 metros de altura e originou um pequeno sol, que espalhou um
clarão pela cidade e uma onda de energia e calor que foi responsável pela
destruição material quase completa da cidade de Hiroshima, além de resultar em
80 mil vítimas imediatas.
Muitas pessoas
foram vaporizadas instantaneamente com o calor da destruição; outras, mais
distantes do local de lançamento, foram carbonizadas. Além disso, grandes
incêndios foram registrados por toda a cidade. Apesar da grande destruição,
parte da cúpula do governo japonês recusava-se a acreditar que os Estados
Unidos detinham outra bomba atômica e acreditavam em uma resistência final do
povo japonês, o que resultaria na derrota americana, conforme o relato de
Charles Pellegrino: “O general Yoshijiro Umezu […] acreditava fanaticamente em
uma última grande resistência na qual o povo do Japão infligiria perdas
inaceitáveis nas forças invasoras em terra, e as repeliria; ou morreria na
derrota e levaria os norte-americanos junto para o inferno|”1|.
A recusa
japonesa fez com que os Estados Unidos utilizassem sua segunda bomba nuclear. A
bomba deveria ter sido lançada na cidade japonesa de Kokura, entretanto, a
condição climática da cidade fez com que os pilotos fossem para Nagasaki. A bomba de
Nagasaki era 50% mais poderosa que a de Hiroshima, mas parte da cidade foi
protegida pelos morros que possuía. Assim, a bomba em Nagasaki matou cerca de
40 mil pessoas imediatamente. O avião que lançou a bomba sobre Nagasaki também
era um B-29 e chamava-se Bock’s Car.
Muitos dos
sobreviventes tiveram de conviver com a dor de grandes queimaduras espalhadas
pelo corpo. O contato com a radiação matou muitos dos sobreviventes nos dias
seguintes, e outros conviveram com as doenças causadas pela radiação pelo resto
de suas vidas. A população atingida sofreu com o preconceito do restante da
sociedade japonesa e, por anos, precisou lutar para que o governo japonês
arcasse com os custos médicos.
O uso das bombas fez
com que o Japão se rendesse em 14 de agosto de 1945. No dia seguinte, a
declaração de rendição, na voz do Imperador Hirohito, foi
transmitida por rádio para todo o Japão. A transição do Japão no pós-guerra foi
realizada de acordo com os termos estipulados pelos Estados Unidos.
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