PRINCIPAIS OBRAS DO PRÉ-MODERNISMO - "EU"
LITERATURA - CONTEÚDO TRÊS (aula 9 - parte 4)
3 A - 10 de abril de 2019
3 B - 11 de abril de 2019
3 A - 10 de abril de 2019
3 B - 11 de abril de 2019
PRINCIPAIS OBRAS DO PRÉ-MODERNISMO
4) EU E OUTROS POEMAS
Resumo da obra
A
obra Eu, único livro de Augusto dos Anjos, foi editada pela primeira vez em
1912. Outras Poesias acrescentaram-se às edições posteriores. Falecido o poeta
em 1914, Órris Soares reuniu à coletânea original (Eu) a produção recente de
Augusto dos Anjos, incluindo mesmo um poema inacabado, A Meretriz.
A Imprensa
Oficial do Estado da Paraíba editou, em 1920, Eu e Outras Poesias, prefaciado
pelo organizador.
Surgida
em momento de transição, pouco antes da virada modernista de 1922, a obra é bem
representativa do espírito sincrético que prevalecia na época, parnasianismo
por alguns aspectos e simbolista por outros.
A métrica rígida, a cadência
musical, as aliterações e rimas preciosas dos versos fundiram-se ao esdrúxulo
vocabulário extraído da área científica para fazer do Eu um livro que
sobrevive, antes de tudo, pelo rigor da forma.
Em
outras palavras, considerando a produção literária desse poeta, pode-se dizer
que traduz sua objetividade pessimista em relação ao homem e ao cosmos, por
meio de um vocabulário técnico-científico-poético.
Temos
em Eu e outras poesias, além da linguagem científica e extravagante, a temática
do vazio da coisas (o nada) e a morte (finitude da vida) em seus estágios mais
degradados: a putrefação, a decomposição da matéria. Simultaneamente, reflete
em seus versos a profunda melancolia, a descrença e o pessimismo frente ao ser
e à sociedade, elaborando, assim, uma poesia de negação: nega as falsas ideologias,
a corrupção, os amores fúteis e as paixões transitórias:
"Melancolia!
Estende-me a tua asa!
És a
árvore em que devo reclinar-me...
Se
algum dia o prazer vier procurar-me
Dize
a este monstro que eu fugi de casa!"
Análise
Transformado
em catecismo pelos pessimistas e em bíblia dos azarados e malditos, o livro Eu
é de uma instigante popularidade, resistente a todos os modismo, impermeável às
retaliações da crítica e aos vermes do tempo. Foi o poeta mais original de
nossa literatura.
Augusto
dos Anjos assombrou a elite letrada do país com seus versos que não eram
parnasianos, nem antecipavam o modernismo. Eram apenas seus. Ressalta-se o
vocabulário pouco comum, repleto de palavras com forte carga cientificista; a
multiplicidade de influências literárias que recebe, tornando difícil, se não
impossível, sua classificação estilística e principalmente o desespero radical
com que tematiza o fim de todas as ilusões românticas, a fatalidade da morte
como apodrecimento inexorável do corpo, a visão do cosmos em seu processo
irreversível de demolição de valores e sonhos humanos.
"Eu,
filho do carbono e do amoníaco
Monstro
de escuridão e rutilância
Sofro,
desde a epigênese da infância
A
influência má dos signos do zodíaco."
Daí o
“mau gosto”, o “apoético" que, em Augusto dos Anjos, são convertidos em
poesia. O jargão científico e o termo técnico, tradicionalmente prosaicos, não
devem ser abstraídos de um contexto que os exige e os justifica. Fazia-se
mister uma simbiose de termos que definissem toda a estrutura da vida
(vocabulário físico, químico e biológico) e termos que exprimem o asco e o
horror ante a existência.
Apoiando-se
em hipérboles e paradoxos, e na exploração de efeitos sonoros, Augusto dos
Anjos funde a inflexão simbolista e a retórica científica, criando uma dicção
singular, que projeta a hipersensibilidade e a visão trágica e mórbida da
existência.
Fonte:
https://www.passeiweb.com/index.php/estudos/livros/eu_e_outras_poesias
4) EU E OUTROS POEMAS
Resumo da obra
A
obra Eu, único livro de Augusto dos Anjos, foi editada pela primeira vez em
1912. Outras Poesias acrescentaram-se às edições posteriores. Falecido o poeta
em 1914, Órris Soares reuniu à coletânea original (Eu) a produção recente de
Augusto dos Anjos, incluindo mesmo um poema inacabado, A Meretriz.
A Imprensa
Oficial do Estado da Paraíba editou, em 1920, Eu e Outras Poesias, prefaciado
pelo organizador.
Surgida
em momento de transição, pouco antes da virada modernista de 1922, a obra é bem
representativa do espírito sincrético que prevalecia na época, parnasianismo
por alguns aspectos e simbolista por outros.
A métrica rígida, a cadência
musical, as aliterações e rimas preciosas dos versos fundiram-se ao esdrúxulo
vocabulário extraído da área científica para fazer do Eu um livro que
sobrevive, antes de tudo, pelo rigor da forma.
Em
outras palavras, considerando a produção literária desse poeta, pode-se dizer
que traduz sua objetividade pessimista em relação ao homem e ao cosmos, por
meio de um vocabulário técnico-científico-poético.
Temos
em Eu e outras poesias, além da linguagem científica e extravagante, a temática
do vazio da coisas (o nada) e a morte (finitude da vida) em seus estágios mais
degradados: a putrefação, a decomposição da matéria. Simultaneamente, reflete
em seus versos a profunda melancolia, a descrença e o pessimismo frente ao ser
e à sociedade, elaborando, assim, uma poesia de negação: nega as falsas ideologias,
a corrupção, os amores fúteis e as paixões transitórias:
"Melancolia!
Estende-me a tua asa!
És a
árvore em que devo reclinar-me...
Se
algum dia o prazer vier procurar-me
Dize
a este monstro que eu fugi de casa!"
Análise
Transformado
em catecismo pelos pessimistas e em bíblia dos azarados e malditos, o livro Eu
é de uma instigante popularidade, resistente a todos os modismo, impermeável às
retaliações da crítica e aos vermes do tempo. Foi o poeta mais original de
nossa literatura.
Augusto
dos Anjos assombrou a elite letrada do país com seus versos que não eram
parnasianos, nem antecipavam o modernismo. Eram apenas seus. Ressalta-se o
vocabulário pouco comum, repleto de palavras com forte carga cientificista; a
multiplicidade de influências literárias que recebe, tornando difícil, se não
impossível, sua classificação estilística e principalmente o desespero radical
com que tematiza o fim de todas as ilusões românticas, a fatalidade da morte
como apodrecimento inexorável do corpo, a visão do cosmos em seu processo
irreversível de demolição de valores e sonhos humanos.
"Eu,
filho do carbono e do amoníaco
Monstro
de escuridão e rutilância
Sofro,
desde a epigênese da infância
A
influência má dos signos do zodíaco."
Daí o
“mau gosto”, o “apoético" que, em Augusto dos Anjos, são convertidos em
poesia. O jargão científico e o termo técnico, tradicionalmente prosaicos, não
devem ser abstraídos de um contexto que os exige e os justifica. Fazia-se
mister uma simbiose de termos que definissem toda a estrutura da vida
(vocabulário físico, químico e biológico) e termos que exprimem o asco e o
horror ante a existência.
Apoiando-se
em hipérboles e paradoxos, e na exploração de efeitos sonoros, Augusto dos
Anjos funde a inflexão simbolista e a retórica científica, criando uma dicção
singular, que projeta a hipersensibilidade e a visão trágica e mórbida da
existência.
Fonte:
https://www.passeiweb.com/index.php/estudos/livros/eu_e_outras_poesias
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